quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Nasceu

Caros e raros leitores,

Informamos que nasceu o bebê cujo os pais ocupavam há duas semanas a casa do Kiko e Débora.

Para quem não acompanhou a história do início, aí está o link :http://garotamediana.blogspot.com/2010/11/o-de-casa-e-o-bebe-que-esta-chamando.html

É um menino, forte e saudável e vai se chamar Wabi, embora se fosse menina também se chamaria assim. O nome significa "Aquele que é feliz com o que tem".

Correu tudo bem no parto humanizado e o Kiko além de perder a boquinha no ôfuro, ainda perdeu o dia do parto e adivinhem, as fotos tão aguardadas.

Assim, pediremos ao Kiko que pelo menos tire fotos pós-parto para enfeitar esta página e matar a nossa curiosidade.

Pronto, Kiko e Débora podem voltar para sua casa e parabéns aos pais que devem estar super felizes!!!

Contagem para as compras de Natal

terça-feira, 16 de novembro de 2010

"Pilar e José"

Ao me dirigir ao cinema no último domingo para assistir ao documentário "José e Pilar" pensei logo numa história de amor daquelas com coincidências que não se explicam e declarações de causar inveja, mais escritas do que faladas em se tratando de Saramago, mas mesmo assim expostas na tela.

Não é disso que se trata o filme e é também. Mais de Pilar do que de José a história se compõem em torno de uma mulher que é um furacão, forte e que impõe suas vontades. Pode-se à primeira vista ingenuamente pensar numa Pilar dominadora, que faz valer seus princípios mesmo que isso custe o cansaço e a saúde de um já velhinho Saramago.

Há uma cena impressionante em que ela diz que não há tempo para o descanso e para entristecer-se, entre vôos partindo da Espanha para o mundo todo a fim de cumprir uma agenda que vai de feiras literárias a inaugurações de exposições, ela chega atrasada para o enterro da própria mãe. Causou-me uma certa raiva essa Pilar.

Mas é ela que põe a roda a girar, fazendo crescer a obra de um homem que começou a escrever com 60 anos e a conheceu com 63. Eles não têm muito tempo, ela sabe disso e ele também. O tema da morte é recorrente no documentário.

Mas é também essa Pilar quase 30 anos mais jovem o grande amor da vida de Saramago, que a perdoa de seus exageros e a certo momento diz que deseja que ela "o continue" e ele sabe que isto ela pode fazer.

 " Pilar, que demorou a nascer e tardou a chegar " - é o que ele diz sobre ela. E para que declaração maior se a grande prova de amor se deu na convivência e no desejo de continuar quando ele diz no final...Bem, vale a ida ao cinema para saber.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Ô de casa, é o bebê que está chamando!

Alguns de vocês sabem que minha prima escolheu mudar para o interior, vai se casar e construir uma casa na Ecovila Clareando, um condomínio que tem uma proposta muito legal de bioconstrução e vida mais natural, como nos velhos tempos mas com tecnologia dos novos.

Pretendo colocar algumas fotos aqui no blog de "soluções" ecológicas que eles inventam lá na ecovila para melhorar a vida e torná-la mais sustentável, como uma máquina de lavar que funciona com a força do vento, por exemplo.

Mas este post é para contar sobre um parto natural que vai acontecer na casa da minha prima. Não se assuste, mas é isso mesmo. A Debora e o Kiko (minha prima e namorado) vão emprestar a casa para um casal de amigos que optou por ter um filho em casa, no método antigo. O casal mora num sítio, o que dificulta correrem para o hospital se o bebê tiver alguma complicação, então eles cederam a casa.

É como antigamente, mas é uma escolha muito moderna. O parto será feito por uma médica e acompanhado por uma doula. A mãe ficará num ofurô instalado na casa da Debora, o pai participará todo o tempo e o Kiko será o fotógrafo oficial, quem sabe não me deêm permissão para que eu publique umas fotos neste blog.

E enquanto o bebê não vem, o Kiko está lá tomando longos banhos no ofurô para se refrescar do calor de Piracaia. Ô tranquilidade, porque eu já estou super nervosa !!!
Aproveite bem enquanto pode Kiko, porque o bebê não dá aviso para chegar...Boa sorte para todos vocês!


terça-feira, 12 de outubro de 2010



Sonhava em voltar para sua pequena cidade, junto de seus pais. Sonhava em voltar  a ser criança. Quem nunca sonhou?

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Manhã do Dia Mundial sem Carro


Hoje, dia 22 de setembro, é o Dia Mundial sem Carro. Tenho acompanhado este dia há algumas edições. No ano passado peguei uma carona para colaborar, mas confesso que foi só agora, por influência do meu lindo namorado que "bicicleteia" pela cidade desde o início do ano, que dei mais atenção à causa.

Decidimos deixar o carro em casa e ir aos nossos destinos utilizando outro meio de transporte. Eu, de metrô até o trabalho (que é mesmo pertinho de casa). Ele, num desafio maior, de bicicleta da ZL até a Paulista.

Fomos num pulo de casa até o metrô, menos de 10 minutos a pé e apareceu a primeira dificuldade: onde fica a ciclovia da Radial? (o Arthur seguiria por ela) O jeito era entrar na estação para perguntar. Na entrada, uma placa, dificuldade 2: não é permitido o tráfego de bicicletas. Não foi exatamente uma dificuldade porque a bicicleta do Arthur é dobrável. Foi o que ele fez, dobrou a Dahon e subimos as escadas do metrô.

Já na catraca, pois eu entraria para pegar o metrô, dificuldade 3. Pergunta o bem informado funcionário: " Você vai embarcar com isso aí?" Nos olhamos com ar de "calma é o Dia Mundial sem Carro" e o Arthur diz ao rapaz: " Isto é uma bicicleta e é permitido trafegar no metrô com ela dobrada. Aliás, o Senhor sabe onde fica a ciclovia?" Não, ele não sabia, ou sabia mais ou menos e pediu confirmação ao colega.

Eu, já passada a catraca, segui minhas duas estações rumo ao trabalho pensando que além da falta de educação, os funcionários das estações  têm pouca ou nenhuma informação de como podemos utilizar os meios de transporte na cidade. Um dia depois do caos que sofreu o metrô em São Paulo e dos mais de 170 km de congestionamento na volta para casa, me causa indignação o descaso do funcionário.

Após 20 minutos cheguei ao meu destino, o Arthur em 45 estava na Paulista. Nada mal para uma cidade como a nossa, desabituada a olhar para essas questões.

domingo, 12 de setembro de 2010

Imagem, cem sentidos

"Maldicidades" é o nome da exposição de Miguel Rio Branco no MIS, em São Paulo. Com curadoria do próprio fotógrafo, que também é pintor, diretor de cinema e artista multimídia, o trabalho ganhou liberdade para o autor e expectador.

São cerca de quarenta fotos expostas em um andar do museu, sem legendas, sem história intencionalmente não contada pelo autor. Resta aos visitantes como eu, e aos pouco entendedores como eu, sentir. É o que se pode tirar de melhor dessas imagens.

As cidades são mostradas muito em vermelho e amarelo, algumas vezes em cores tão fortes que as "apagam". Outras vezes, são os detalhes que as escondem, ou os cortes. Desaparecem as cidades para surgir os sujeitos excluídos delas.

Escancarando a exclusão o autor não se retira de provocar nojo, pena, choro e mostrar o abandono que as cidades provocam nas pessoas. Me vi sozinha numa sala de espelhos. Às vezes acompanhada desse misto de pena e desamparo que está contido na cidade.

Posso sentir agora o quente da bela tarde de sol em que circulamos pelo museu em contraponto à belas imagens recém vistas. O experimento de sentir a imagem eu revivi nesta exposição, vale tentar.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Sobre medos "In on it"

Três coisas a dizer sobre "In on it", peça em cartaz no teatro da Livraria Cultura, com texto do canadense Daniel Macivor, direção de Henrique Diaz, com os autores Emílio de Mello e Fernando Eiras.

Primeiro, o nome é dificílimo de pronunciar, tente você: " In on it", enrola a língua e eu tenho que pensar pelo menos dez minutos antes de falar. Depois,  o texto é ótimo e vale a interpretação brilhante dos atores. Já são três coisas, mas existe mais uma a ser dita. É uma peça que se propõe a falar do fim, mesmo sem concebê-lo, a não ser pelo próprio limte do tempo, que faz com os espectadores saiam do teatro.

O corte inicial é de um dos personagens recebendo a sentença de que está doente. O sonho do paciente: "Um barco de concreto" e o médico, aterrorizado,  incapaz de dizer que isto sinaliza algo que afunda, terminal como sua doença: "Faça os exames e conversaremos depois". A dificuldade  humana em dizer do fim está posta desde o início.

Seguem-se cenas em que se trata do término. Relacionamentos entre homem e mulher, homem e homem, mulher e mulher, pai e filho, isso circula entre os mesmos personagens que são interpretados ora por um, ora pelo outro ator e se fixa na fala de um deles. "Enfins", está sempre no discurso de um. "Não existe essa palavra", diz o outro, sinalizando novamente que o fim é algo que não se diz, que não se concebe no início, a não ser nele mesmo.

Há um bom momento em que aparece o  medo que temos,  não exatamente do fim, mas do que vem depois. Temos medo de perder isto que vivemos e que é conhecido, vive-se, vive-se, vive-se repetidamente e foge-se com desespero do que não sabemos. Ilusão que usamos para nos defender, nem tão boa, mas necessária.

Ensaiados vários finais, a peça termina sem nenhum deles, aponta para morte, mas não certifica. Acertadamente não afirma algo de que é impossível ter certeza. Recomeça para não ter fim.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Oxigênio para a semana

E eu que pensei que os finais de semana eram para descansar. Tinha uma idéia de pausa e de bexiga cheia que fura e sai o ar.
Parecia uma lacuna, um espaço vazio no meio de tantas atividades da semana, às vezes cinza e sem graça, outras ensolarado e meio com graça, mas mesmo assim sem graça ainda.
Descubro e me surpreendo. Os finais de semana são para preencher, para inventar recheio que sirva para mais uma semana, essa que repete, que não sai do ar. Ela sim, dá pausa sem saber, pretende se fazer no espaço, entre um final de semana e outro.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Meia volta vou ver

Dei meia volta no shopping esse final de semana pra olhar. Olhei pra baixo, pra cima, olhei pros lados. Olhei de um lado, de outro, mais prum lado só.
Meu negócio não é com o olhar, é com a escuta. E dá pra escutar sem olhar. Mas dá pra olhar sem escutar?
Nessa meia volta em meia hora, fui na loja das meninas, da Milla e da Adriana, as donas da "Casinha Pequenina". Eu, gigante que sou na altura mesmo, mas nada na sabedoria, fiquei pequena também, que bom. Senti vontande de diminuir para saber, de brincar de casinha, de ser boneca e me sentir boneca.
Queria uma casinha de brinquedo, com cadeirinhas, bulinhos e personagens, pra inventar, pequenina como a delas, mas não aquela, a minha.
Na minha eu colocaria um vaso de rosas vermelhas pra enfeitar e pra olhar. Só para olhar  lembranças e  o que senti.


Ps: A "Casinha Pequenina" (loja de miniatura das meninas) fica no Shopping Eldorado, piso abaixo do térreo que não sei o nome. Vale muito a visita.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Medir é humano

Se é humano tem mania de medida. Mede tudo. Com fita, com polegada, com o olho.
Eu gosto de medir com o tempo, mas aí fica tão longe. Media as mudanças por carnavais, a primeira no carnaval de 2004, a volta, no fevereiro de 2007. Veio a festa junina de 2008 e acabou com o carnaval. Lembro do  carnaval de 2009, normal e o de 2010, mais normal ainda. Parecia que ia esperar outra festa de reis, mas não precisou, antecipou, outro tempo, desmediu, veio antes.
A chegada, desta vez, do outono, das folhas que caem sem fazer alarde. E passo a medir por cheiro, de vinho do inverno, de cama sem fazer, de cabelo mal lavado.
Se for medir por quilômetro é cheiro de mato, de terra, de chuva no caminho, de chuva como hoje, de creme pelo corpo, de piscina e de rio.
Dá pra medir por trecho, como um conto, mas eu prefiro uma narrativa, que mede o que foi percorrido. E se eu meço é como os taxímetros, que começam a medir sem fim para chegar.

Inspirado nos poemas de Manoel de Barros.


sexta-feira, 25 de junho de 2010

A Ecovila Clareou

Não sei bem como falar sobre isso, mas depois da visita que fiz à Ecovila Clareando em Piracaia, interior de SP no último final de semana, achei que deveria dizer algo sobre essa experiência, nem que fosse um depoimento.

Pensei também se existiria algum cruzamento interessante entre psicanálise e  uma atitude sustentável e não precisei ir muito longe para perceber que é possível pensar sobre a insatisfação dos sujeitos nas vidas que levam nas grandes cidades, que é crescente à medida que se conquista mais e mais, seja conforto, facilidades eletrônicas ou mais dinheiro para conseguir tudo isso. É um anúncio, mas não será tratado aqui.

A Ecovila Clareando é um condomínio com lotes à venda como os demais, com a diferença  que tem a proposta da bioconstrução. Isso quer dizer que todas as pessoas que compram um terreno lá devem ter a preocupação de construir sua casa de maneira sustentável. Deve-se procurar soluções que não agridam o planeta, incluindo a coleta da água da chuva em seu projeto e preocupando-se com o consumo excessivo de energia, por exemplo.

Se espera encontrar, como eu, um bando de gente de bata, recitando mantras e tentando viver em comunidade, você poderá frustrar-se e surpreender-se . O perfil das pessoas que têm seus terrenos ou casas na Ecovila é na sua maioria de profissionais liberais, por volta de quarenta anos, bem sucedidos, já que construir uma casa com essa proposta custa mais caro que uma edificação convencional, gente que mora ou morou em São Paulo e tem se preocupado em viver de maneira melhor e  com atitude sustentável.

Há um esforço genuíno de experimentar uma vida em comum. No período que estive lá tivemos uma festa junina e um almoço com quase todas as pessoas que estavam no condomínio neste dia. Vão construir um centro comunitário e há uma proposta de ter horta e padaria coletivas.

O mais difícil pelo que percebi, e isso é apenas um recorte, é mudar as atitudes de quem está acostumado com uma vida urbana. O lixo, por exemplo, é uma questão importante. Após o almoço fiquei alguns bons minutos pensando onde jogaria a casca de um pedaço de melancia. Que tipo de lixo era aquele? É comida pras galinhas, me responderam. Ufa! Eu já estava guardando numa sacolinha que deixei no carro, de lixo retornável pra São Paulo.

Viver entre vários e com uma proposta de algo parecido com uma "comunidade" também não é tarefa fácil. Basta pensar nas reuniões de condomínio do prédio, se é que já participou de alguma, para lembrar-se dos impasses. A lógica do contemporâneo prega o individualismo e a Ecovila o contrário. O que notei foi um esforço em manter o comum alinhado à proposta do lugar, o que já é bastante e merece crédito.

Fico com a imagem de um lugar lindo, cravado no meio da Mantiqueira, cheio de pessoas bacanas e com a proposta de viver melhor. Isso me fez repensar muitas atitudes, e seja na Ecovila ou na cidade, minha vontade é de viver parecido e sei que muita coisa tem que mudar.

sábado, 19 de junho de 2010

Achismos ou Memórias Achadas


Eu digo porque presente achado é melhor que presente comprado.

A primeira coisa é a própria expressão que diz, não sou eu: "Foi um achado!", se foi assim e merece ser comprado é porque é uma qualidade para a compra.

E seguimos: "Achado não é roubado!" e se não é roubado o presente, já é uma boa coisa.

" Achei que parecia com você ". Aí quem acha já é o presenteador, mas o presente continua sendo achado para alguém e em especial.

E achado que não é comprado, é aquele que você já possuía e amava e quer compartilhar com alguém. Tem que ser com quem tem coisas em comum, pra gostar como você  e não desperdiçar o presente. Deve ser para alguém que vai cuidar como você, para não estragar o presente. Você vai se mudar para um apartamento e não dá seu cachorro para quem não saiba amá-lo. Não se dá seu vestido de formatura para pessoa sem importância, nem se empresta. E um livro não se acha para qualquer um.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Inverninho

Com esse frio de quase inverno, resolvi "repostar" (publiquei isso no ano passado) duas receitinhas de chá fáceis e deliciosas. E o melhor, esquenta o pé de moças solteiras, vovós, vovôs, homens casados que estão dormindo no sofá, etc, etc...

Pela complexidade, vocês logo vão perceber que este blog está longe de se tornar uma referência gastronômica. Mas tá valendo...



Thé des fruits

½ maçã picada

1 fatia de abacaxi em pedacinhos

um saquinho de chá de frutas vermelhas ou flores e frutas

água fervendo, muito fervendo

Coloque em uma caneca (bem bonita) um punhado de maçã picada e pedacinhos de abacaxi, jogue água fervendo por cima. Coloque o saquinho de chá e deixe por alguns minutos. Adoce como quiser, é uma delícia!

Ps: Esse chá também pode ser tomado em qualquer Fran´s Café por R$ 4,50. O nome no cardápio é Chai de Frutas. Você pede, bebe e paga, mas acho que o deles não esquenta o pé.






Chá de maracujá com canela

1 colher de polpa de maracujá de verdade

1 pau de canela, não pode ser pó, tem que ser pau

Água fervendo

A Marli, minha cabelereira que deu a receita, disse que é só colocar o maracujá, o açúcar ou adoçante e o pau de canela no fundo da xícara e completar com água fervente. Deixe um pouquinho e coe. Pode tomar que ela garante, ou não, mas eu garanto.



segunda-feira, 14 de junho de 2010

Nas curvas da estrada

O terceiro dia era também o último e começou com boas surpresas. A primeira delas foi um sol maravilhoso que nos acompanhou por todo o caminho. Imaginem o que é isso depois de um dia inteiro de chuva e lama.

Tive a ótima surpresa de recuperar meu celular. Eu o havia esquecido em Luminosa, na correria, ao lado da cama. Contei a história pela manhã à Alice que imediatamente sacou seu celular e contatou Dona Ditinha. Ela havia achado o aparelho e poderia enviar por um ciclista em nosso último destino, Campos do Jordão. Quando eu chegasse ao Recanto dos Peregrinos em Campos, recuperaria meu telefone. Caminhei mais feliz e acreditando, mesmo, na boa vontade das pessoas.

Neste dia, foram conversas com pequenos grupos de amigos de cada vez e oportunidade de curtir o caminho. Nem me lembro mais se haviam muitas subidas "ingrids" que me deixariam "aconfortável", né Cida?

Me recordo bem da conversa sobre molho bechamel com Juan, que nos ensinou a receita de seu  macarrão ao molho de fungui. É delicioso, eu já experimentei. A Lu entrou na conversa e já que culinária não é o seu maior interesse, seguimos falando sobre música francesa, Piaf e a tradução de " Ne me quitte pas". Isso nos lembrou, à mim e ao Arthur, uma série de músicas "dor de corno" como "Atrás da porta" do Chico, mas logo passou, demos risadas e continuamos o caminho.

Feliph e Veruska vinham ou logo atrás, sentinelas do grupo, ou bem na frente, como nossos guias. Cris veio com um papo de academia, Jose falava da inauguração de um shopping, em uma de suas histórias formidáveis. Logo chegamos à Igreja Nossa Senhora da Saúde, em Campos do Jordão.


Na porta da igreja Nossa Senhora da Saúde

Talvez não precisasse dizer, mas digo, o quanto é emocionante chegar à esta igreja e perceber que estamos quase cumprindo todo o percurso, lembrar das dificuldades e facilidades, ter certeza de que alcançaremos o fim. Arrisco que só aí começamos a ter idéia de que havíamos formado um grupo.

Mais um pouco e já estaríamos almoçando e divindindo uma cerveja, ou mais de uma, num restaurantezinho na entrada de Campos. O prazer de comer bem e bater papo com os amigos, simples assim, foi algo que recuperei depois de três dias de caminhada e espero levar comigo.

No Recanto dos Peregrinos, onde finalmente estava meu celular, decidimos nem tomar banho. O ônibus já nos esperava e preferimos seguir direto pra São Paulo. Foi lá que resolvi dar um presentinho para a Bete, amiga querida da equipe. Era algo simbólico, mas nos emocionamos, acreditem, com uma pinça!  As sombrancelhas de Bete nunca mais serão as mesmas. Detesto depoimentos que valham pra todo mundo ou coisa parecida, mas é verdade que essa experiência pode nos mostrar o valor de pequenas coisas, como a volta com o grupo no ônibus.

Exaustos, com bolhas nos pés, costuradas ou não, a sensação era de que para cada um e de maneira diferente, algo havia mudado. Para os mais religiosos, o caminho pode ser reanimação da fé, para os menos, é superação, encontro. O sentimento de pertencimento a um grupo que busca se não o mesmo objetivo, um fim comum, muito me tocou.

Ao som do rei Roberto e depois do nem tão rei Julio Iglesias, seguimos cantando, contando histórias do caminho e de fora dele e percebemos que o bacana é estar com amigos na estrada, entre curvas que nos levam nem sempre sabemos pra onde.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Retratos do dia seguinte

Hoje, dia de treino, encontrei parte das pessoas com quem estive no caminho. É interessante notar como essa experiência tocou cada um de forma diferente, mas sempre especial.
Todos concordam com as dificuldades do peso da mochila, das subidas, do barro em dia de chuva; mas cada um tirou conclusões muito pessoais. De um jeito ou de outro, alguma coisa mudou.
Lembro de acordar em Luminosa às três da manhã, com a voz inconfundível da Alice, nossa pastora, amiga que organizou e nos guiou pelo caminho,  abafada pelos pingos de chuva na janela. Pensei: " Vai ver que com chuva a gente não vai!"
Não só fomos com nossas capas de chuva coloridas, como enfrentamos toda a lama em ladeiras  intermináveis que compunham esse segundo dia. Acho que foi nesse dia que encontramos "Cheide", nosso mascote no caminho, o cão melhor amigo do homem e de Feliph, nosso treinador. Os dois não se largaram mais, era bonito de ver.              
Estava no início, mas já estava bem difícil, quando demos uma pausa na casa da Dona Inês, Seu Zé e suas duas lindas filhas de olhos enormes e verdes. Que valor! (Arthur, não resisti). Eles nos ofereceram sua casa, seu banheiro e um café doce como uma colher pura de mel. Que delícia! (agora fui eu). Dona Inês vende ainda bem baratinho uns saquinhos de bananinha chips, docinho de banana e doce de leite. Se você passar por lá um dia, não deixe de parar e comprar. O endereço é entre Luminosa e Campista, bem em cima do morro, depois da terceira ou quarta ladeira, não tem erro.

Dona Inês e a menina em retrato do Arthur

O resto do dia quase todo, caminhei ao lado dos MB´s, equipe dos Mó Bacanas que se juntou à nos para percorrer esses dois dias. O Chris, a Moneti, a Marcela, a Bete, a Mayarinha, a própria Alicinha que circula nas duas equipes, nos mostrou que é possível permanecer juntos apesar do ritmo diferente de cada um. Andrea e Diana estavam mais na frente, junto à minha equipe, mas assim mesmo mostrando que a diversidade é que é legal.
Quase não acreditei ao chegar em Campista, aquela pousadinha na beira do Rio, bonitinha e  friiiiaaa. Valeu o calor dos amigos na roda de sopa, pastéizinhos e pinga com mel.  Ai que cansaço! Disso me lembro, como também da boa conversa e o aconchego do cobertor.
Talvez a sensação de cansaço desse dia tenha me deixado meio sem inspiração. Mas agora sei que o sol nascerá no dia seguinte e posts melhores virão.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Que valor!

Lá vou eu de novo comentar algo pessoal. Cheguei a pensar em desisitir, não por vergonha, mas por falta de validade. Explico: o que fiz, acompanhada, muitas pessoas já fizeram melhor e com mais dificuldades. No entanto, embuída por uma avalanche de e-mails de amigos, resolvi escrever sobre a experiência, nem que seja para compartilhar com eles, esses queridos novos e velhos companheiros, para que isso fique registrado.

Antes ainda uma advertência, pode ser que este texto se duplique ou vire uma trilogia, não prometo. Como não garanto que tudo o que quero dizer eu consiga e de uma só vez.

A experiência a ser contada, é sobre o trecho que fiz do "Caminho da fé", trilha que passa pelo interior de São Paulo e Minas Gerais e é conhecida por ter uma conotação religiosa, além de servir como treino para o caminho de Santiago. No meu caso, saí de Paraisópolis - MG e três dias depois cheguei em Campos do Jordão - SP. Foram 62 km a pé, acompanhada de uma mochila nas costas (6 kg contando o secador de cabelos e o blush), um tênis, um cajado (que achei no caminho e perdi por lá mesmo) e pessoas, essas sim, o grande ensinamento do caminho.

O primeiro trecho, 22 km, fiz acompanhada do Arthur. Com uma trilha sonora que foi de Luís Caldas a Tom Jobim, completamos com dificuldade o primeiro dia, num caminho desconhecido para os dois e que fomos desvendando juntos.

Passamos por provações, como um pão com linguiça que nos chamava pelo cheiro numa vilinha que atravessamos  e subidas "íngrids",  como bem denominou nossa amiga Cida,  pras pirambeiras que enfrentamos sem muito preparo. O ponto alto deste dia foi quando avistamos Luminosa, um oásis no meio da Mantiqueira para quem já caminhava há seis horas. Eu brava de fome, ele irritado de cansaço, mas sabíamos que mais três quilômetros eram garantia de banho e comida. Que valor!

Vista de Luminosa faltando 3km para chegarmos

Luminosa é a cidade da Dona Ditinha, a grande "manager" dona da pousada, do barzinho e do arroz com feijão mais gostoso do caminho. Depois de três intermináveis quilômetros, ela nos ofereceu comida (macarrão, arroz, feijão, tudo junto à moda mineira), banho e cama quentinhos. Enquanto nos servíamos nas panelas do seu fogão, ela ainda nos falou das dificuldades do caminho e da importância de persistir, o que nos fez acreditar que seria possível no dia seguinte, apesar das bolhas nos pés e dores no corpo, continuar o percurso com os amigos que chegariam naquela noite à cidade.

Nunca vou me esquecer do fim do tarde no banco da praça de Luminosa, eu e Arthur vendo o esforço de um homem arremessando feixe por feixe de cana de açúcar  em um terreno vazio. Cana colhida manualmente que ele trazia em seu carro de boi e depositava em outro lugar para ser usada. Tomei aulas de luz em fotografia, agora sei diferenciar uma foto de um retrato, e me conscientizei que muito em breve o sódio contido nos alimentos industrializados vai destruir o planeta Terra. Dá-lhe bananinha orgânica!

Todos os exageros me pareciam pequenos neste fim de dia depois do caminho atravessado. O valor que passei a dar às coisas tinha me escapado há algum tempo, esqueci em algum lugar que não me lembro, por  mais esforço que faça.

Ah sim, decidi que vou por partes, como os trechos do caminho que são vencidos passo a passo. Espero que acompanhem.

Ps: A foto é de Arthur Calasans e a expressão "Que valor!" também. Obrigada Arthur, pelas mãos dadas no caminho e por me ensinar a valorizar esse primeiro dia.

terça-feira, 1 de junho de 2010

E agora Gertrudes?

Por esses dias, a Letícia, prima que mais parece irmã, me contou a história de uma amiguinha. Achei que mereceria um post. Voilá.
Amanda, a amiguinha, não é daqui, nasceu (sorte dela) no Ceará.
Como boa nordestina que é, tinha um bicho de estimação peculiar, uma galinha que respondia pelo nome de Gertrudes. Todo santo dia a Amanda banhava sua galinha num balde com sabão e ela ficava bem perfumada para saracuterar pelo quintal.
Numa bela manhã de sol, a menina de dez anos, achou a galinha meio encardida e resolveu colocá-la de molho. Ficou Gertrudes na água e sabão, uma hora....mais de uma....mais de duas...a manhã inteirinha.
Acabou sucumbindo ao molho sem virar cabidela. Amanda enterrou a pobre no quintal, chorosa, com direito a plaquinha com seu nome.
Hora do almoço! E sua avó havia preparado? Galinhada!!!
A menina nunca se esqueceu da cena, pensava em Gertrudes despedaçada na panela, pescoço prum lado, pezinho pra outro, asinhas que não batiam mais.
Até hoje tem certeza que sua avó enterrou sua boneca e botou Gertrudes na panela. Nunca mais comeu galinha, nem frango, nem nada que que voasse. Mas de boneca continuou brincando. Pudera.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

A arte do desapego (sem titulo melhor por enquanto)

Como é sabido, eu e amigas faremos um bazar de trocas (post abaixo). A idéia nos parece bem bacana além de contribuir com o planeta, etc, etc.

Desavisada que sou, o que eu não sabia era que isso exigiria mais do que esta boa iniciativa das participantes. Antes do bazar, o que temos que praticar é a "arte do desapego".

Não dá para trocar com as amigas uma peça velha, acabada, ou que você usou no seu baile de formatura em 1989. Como você gosta muito dessas pessoas e não quer fazer feio, tem que escolher peças legais mas que já não usa tanto, ou que faz muito tempo que não coloca e provavelmente não vai mais usar e até aquelas que comprou há um ano e não usou uma única vez (vai dizer que não tem uma dessas?). Como é difícil!

Isso me faz pensar que quando queremos agradar um outro com quem você se importa de verdade e tem uma relação, complica. Não é a mesma coisa quando fazemos uma doação pra uma instituição de caridade ou vendemos pra um brechó.

Como bom neuróticos tudo o que fazemos está relacionado ao Outro e para o outro. A neurose também explica a necessidade em se apegar às coisas, aos lugares, àquilo que é conhecido e nos traz mais conforto e é bom que seja assim. Em exagero isso vira doença, donc, para minhas amigas vou separar as peças mais lindas! Aguardem.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Troca-troca

Esse blog evita publicar coisas muito pessoais, afinal isso não interessa para quase ninguém além de mim, mas essa iniciativa, além de ser coletiva, vale a pena!
Faremos eu e algumas amigas, um troca-troca, sim, de roupas, bijoux, bolsas e sapatos. Ou seja, vamos poder pegar tudo aquilo que não usamos mais e trocar com as outras, como uma reciclagem. Teremos a oportunidade de usar peças novinhas, ou novidades para cada uma de nós, sem gastar nada. É uma atitude sustentável, bacana e aproveitaremos para fazer uma farra.
Quem sabe lendo esse post, alguém não se anima e multiplica a idéia? Pode ser até que publique umas fotos. Aguardem mais posts íntimos.

domingo, 16 de maio de 2010

Mulher gato aos 80

De fato é duro envelhecer com dignidade.
Não sou do tipo que acha que velho tem que conviver com velho, fazer passeios de terceira idade, ginástica às cinco e meia da manhã no parque pra depois passar o resto do dia entediado.
Também abomino aquele tipo de pessoa ou frase que diz: "eu tenho sessenta com cabeça de vinte". Me pergunto qual  a vantagem, se o melhor de ter sessenta é a experiência da idade?
Mas sessenta também não é velho. É pouco mais da metade da vida se considerarmos que as pessoas passaram a viver até os cem. Tenho uma tia que acaba de fazer sessenta, trabalhando, namorando e indo pra praia todo final de semana.
E oitenta? Oitenta tem a minha avó e deve ter a Elza Soares, que tive o desencanto de ver na Virada Cultural deste ano.Por ela e pela "Virada", mas essa é outra história.
Ela é uma velhinha, poderia estar dormindo às quatro da manhã. Por que não colocaram o show dela no dia seguinte, de manhã ou à tarde, sei lá?!? Se fosse minha avó eu a tiraria de lá.
Ela chegou apoiada em duas pessoas por causa da dificuldade para andar. E apoiada ficou durante o show, numa cadeira que colocaram no palco. Vestida de mulher gato e com o acúmulo de plásticas que deve fazer desde os anos 60, era de se ficar envergonhado. Disse uma amiga: " Eu estaria na casa dos artistas."
Eu estaria em casa, artista ou não, vivendo a vida como ela é aos oitenta. Ahhh, e sobre a Virada, eu também estaria em casa, alíás, ano que vem, certamente estarei. Grata pela atenção.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Estranhezas e afins

Há dias, noites, que têm uma certa estranheza. Acontecem coisas esquisitas, daquelas que não dá pra explicar. Mas eu tento.
Começou comigo e uma amiga em busca de uma meia-calça em uma, uma não, várias, farmácias. Eu não sabia que vendiam meia-calça em farmácias. E não vendem, mas ela teimava que vendiam. Terminamos parando num desses mercados express. Lá pensávamos que vendiam, e vendem, o que não é tão estranho assim.
Seguimos. Fomos ver o marido dela, que é músico, tocar em uma casa. Sim, uma casa mesmo. Chamava-se "Casa de Francisca". A Francisca não estava lá, nem era dela a casa, mas se fosse, teria que ser "Casa da Francisquinha" porque era tudo muito apertado. Acomodei a bolsa diversas vezes e em lugares diferentes. Terminou no meu colo, não cabia em lugar algum.
E os músicos, coitadinhos! O palco era muito, mesmo, apertado. Eles, espremidos, tentavam tocar. Eram cinco caras num palco feito pra um, e magro. Ficou estranho.
Não era uma balada, mas era algo parecido. Uma das meninas da mesa pede uma bebida: chá. Era de anis, escutei dizer que dá um barato. Mas chá na balada? Preferi ficar com uma garrafa de Merlot que dividi com minha amiga, e uma outra menina bacana e de saia esquisita.
Comi um bolinho que parecia carne, mas não era. Bom. Mas não era carne, era bom, mas era grão de bico.
Por fim a música era boa, jazz misturado com não sei o que. Prefiro assim, coisas que não compreendemos por inteiro. Sobra espaço pra sentir.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Minha Alice em 3D



Fora os efeitos especiais que pra quem é antiga como eu, surpreendem, a Alice de Tim Burton não faz o mesmo. Não pelo filme, que gostei muito. É a personalidade da mocinha que chama atenção.

Garota mais normal, impossível:  é loira, magra, inteligente, chega atrasada em festas e tem um mundo paralelo em que pode realizar suas fantasias, já que na vida real cumpre bem o protocolo. Mas não é o contrário? Pode perguntar quem viu o filme. Claro que não!

Quando ela foge de um casamento com um carinha feio, chato e com rinite se parece muito com qualquer menina de vinte e poucos fã do Justin. Ela não quer a mesma vida da irmã, que pelo casamento fica com um marido que a trai. E mais, quer uma carreira; nossa Alice vira uma mulher de negócios. Fico pensando numa Alice estudante da GV, partindo pra um MBA nos EUA, que sonho...

E o coelho de casaca? Não basta ser coelho, tem que ser bem vestido. Um Ricardo Almeida ou um Armani lhe cairiam bem. Tudo isso, para dizer à Alice, que o tempo corre, urge, que é necessário correr e lutar contra todos os "monstros" pra se dar bem na vida. Estude, leia, acesse as redes sociais, corra, assista aos filmes indicados para o Oscar, seja linda como a rainha Branca, do contrário, cortarão sua cabeça!

A espertinha ainda usa uma tática de auto-ajuda para enfrentar o pior dos inimigos. Sugestiva, pensa que é possível superar qualquer coisa, basta acreditar. Acaba se dando bem. E ainda aconselha uma tia que enlouquece esperando um marido de que príncipe encantado não existe, ela que procure um médico. Em tempos de fluoxetinha, quem precisa de um príncipe, não é mesmo Alice?

Imagino uma Alice aos trinta e poucos, indecisa entre fazer uma lipo ou uma grande viagem. Culpada em ter escolhido a carreira ao invés de ter filhos, ou não ter tempo para os que teve. Corra, Alice, corra! Não precisa ser tão perfeita e contemporânea. Não precisa ser em 3D. Eu quero ter o direito de ser a outra Alice, aquela do País das Maravilhas. Posso?










domingo, 18 de abril de 2010

Sophie não se callou

A exposição já se foi, mas pretendo que sirva para que eu possa falar de outra coisa. Sophie Calle é artista plástica por denominação, mas duvido que por concepção. Suas obras, de tão "literárias",  acabam virando livro, como em seu último trabalho no qual expôs a resposta de 104 mulheres à uma carta em que seu namorado, o também escritor Grégoire Bouiller, terminava o relacionamento amoroso que possuíam.

As respostas foram as mais diversas, claro, todas em oposição à Grégoire e solidárias à Sophie, ainda que veladamente, auxiliavam Sophie a dar seu troco. Convenhamos, o que esperar quando se pede à uma mulher, ou mais de uma,  que diga algo sobre alguém (um homem)  que termina um relacionamento por carta? Poderia ter sido por e-mail, SMS ou telefone, não seria diferente.

Cada uma elaborou uma bela, adjetivo, resposta,  à carta do fujão a partir de seu campo de atuação. Houve desde coreografia feita por dançarina, até escritora que apontou os erros ortográficos e de estrutura da carta. Não há na história dos casais atuais, ao menos que eu tenha conhecimento,  vingança melhor que essa, erudita e megalomaníaca, internacional.

O que interessa aqui, são os tipos de relação e como tomam forma. Não é de se estranhar,  que  isso se torne público em época de redes sociais em que tudo é publicável, vira notícia, ainda que se trate do mais corriqueiro. Quase tudo interessa e fica muito apetitoso quando toma certa proporção, do individual ao coletivo, do singular ao universal, do particular à regra.

Isso permite que as tragédias individuais, que diga-se, sempre aconteceram, diminuam para o sujeito que sofre na medida em que são aumentadas, engrandecem ao ser compartilhadas. A lógica é imaginária, publica-se, há os que se identificam e todo o sofrimento singular parece redimir-se diante de outro que sofre "igual" e vive as "mesmas" experiências. Encontra-se soluções universais de um molde só.

Teria essa exposição ajudado Sophie na resolução de seu caso mal ajambrado? Aposto que sim. Mas teria isso tudo diminuído o sofrimento de Sophie, aquele de quando leu a carta pela primeira vez? Acho que não. Na tentativa de vingar-se, a artista perpetua a imagem da vítima que deu a volta por cima. Encontra uma saída universal, mas não muda de posição, ainda é a vítima, parece que isso lhe valeu mais a pena. É uma escolha.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

GPS só para mulheres

Depois de passar quarenta minutos perdida entre dois quarteirões, sem conseguir chegar ao endereço desejado, começo a pensar fortemente em comprar um GPS.

Já tive experiências com alguns, sempre mal sucedidas, no carro de amigos. A primeira foi com a minha prima, pretendíamos chegar na casa de um amigo na praia. Linha reta, tudo bem, o problema é quando chega numa bifurcação. Vira à direita, vira à esquerda, direita e esquerda de novo e chegamos ao mesmo ponto. Por fim, optamos pelo tradicional, paramos no posto e perguntamos, certo e bom como bife com batatas fritas.

A outra foi com um casal de amigos no Rio. O problema me parece ser construções que ele não identifica, como viadutos, praças, etc. Como boa máquina, o GPS foi treinado somente para algumas espécies de caminho e é este que percorre. Você não. Nem preciso dizer que rodamos boa parte do Rio antes de chegarmos ao destino, sorte que o Rio de Janeiro continua lindo.

Por necessidade, então, começo a pensar na compra do tal aparelhinho. No entanto, penso numa versão adaptada para mulheres. Poderia vir na cor pink, ou com a opção de trocar capinhas, pra combinar com a cor do seu carro, da sua roupa ou do seu esmalte, por que não?

Na minha versão, não teria "vire à esquerda" ou "vire à direita". O mais coerente seria : "Vire para lá, ou para cá", compreenderíamos com muito mais facilidade do que ter que reparar em que pulso está o relógio ou em que mão está a aliança pra depois dobrar a rua.

A voz que fala com você, ah sim, não consigo pensar em outra que não a do Gianechinni. Imagine ele narrando de dentro do seu carro: "Linda, atenção, daqui a 500 metros você vai virar o carro à esquerda, à esquerda, viu! Faça isso por mim." Não tem erro.

E se nada disso funcionar, faça como eu hoje. Pare numa pizzaria, implore, chore se preciso,  para que o entregador te leve até o endereço. Você segue o bom moço que conhece tudo do bairro e de quebra, quem sabe, não acaba tudo em pizza?


segunda-feira, 5 de abril de 2010

É isso mesmo e não é mentira

Que gosto muito da cultura francesa não é novidade pra ninguém. Mas que eles têm umas coisas bestas, isso eles têm. Falo isso com a propriedade de quem  cuidou de criança francesa.
Eu sei que está atrasado, mas como francês nunca chega na hora e a pontualidade é britânica...
No dia 1o de abril, data em que aqui no Brasil tem gente que faz aquelas piadinhas pra pegar os outros, lá na França eles fazem uma coisa mais sem graça ainda. As crianças brincam de " poison d'avril".
O costume é o seguinte: faz-se um ou mais peixinhos de papel colorido e você chega perto de um amigo, bate nas costas e deixa o peixe grudado. A figura fica passeando com o negócio pendurado nas costas, até que alguém perceba, ou ele mesmo e então se grita: "Poison d'avril!"
OK, não precisa nem deixar seu com aí embaixo, eu compreendo.



quinta-feira, 1 de abril de 2010

Eu discuto com bêbado

Sou, dizem, do tipo que discute com bêbado. Quando estou disposta,  gosto de criar uma polêmica(zinha), não do tipo barraco, porque não combina comigo, mas provocador, irônico.
Eu era mais, dizem, do tipo que fala o que pensa, sempre, sem muitos rodeios. Mas acho que mudei consideravelmente, juro! Quer um exemplo?

Hoje, depois de um dia péssimo, no trabalho, na vida pessoal, resolvi, pra não piorar ainda mais as coisas, trocar um sorvete pela compra de um esmalte. Afinal, os dois custam cerca de dois reais e o segundo não me faz engordar. No máximo, posso pegar uma intoxicação se resolver roer as unhas.

Estava na lojinha e veio uma mulher ao meu lado perguntar o que eu achava de ela levar um esmalte bege "café com leite" pra fazer um "craquelet". Eu: " O que é um craquelet? " - só pra testar se ela falando,   não iria se dar conta da grande besteira que faria. Ela, a do "craquelet": "Ah...é uma técnica que você faz uns riscos na unha, usa duas cores, a de baixo vai aparecer com os riscos que você fizer na de cima."

A minha vontade era dizer: "Minha senhora, isso vai ficar horrível. Vai parecer que as suas unhas estão descascando e por baixo, com esse "café com leite",  suas unhas vão parecer sujas! Vai ficar muito pior do que essas florzinhas que estão na sua unha agora!!!"

Mas eu, depois de respirar fundo, despejei: "Parece que vai ficar ótimo." E pensei que faria pouca diferença o que eu penso sobre esse e diversos assuntos para muitas pessoas. Deixe ela craquelar em paz e florear as unhas ou o que quiser. Viva o respeito ao outro e que os bêbados não se aproximem...

quarta-feira, 10 de março de 2010

Namoro (Eco) - sustentável

Mal chegou na família e já ganha um post,  mas é por merecimento.
O Kiko, namorado da minha prima, é um cara que se preocupa com tudo o que é "Eco". Acho que se importa mesmo com o planeta, o que é louvável.

Mas não espere esse tipo de visão que todos temos, reciclar o lixo ou economizar água do banho. O que ele pensa vai além. Outro dia, tentou me explicar um projeto de um banheiro "seco". É uma coisa mirabolante, meio separada da casa, você sobe uma escada e suas necessidades vão cair num buraco com umas folhagens...eu não consigo reproduzir a explicação.

A Debora minha prima, antes muito cosmopolita, tem se interessado. Arrumou uma receita de bolo integral (delicioso, acrescento!) na qual utiliza seu magnífico liquidificador do futuro, presente do namorado. Vejam vocês mesmos:


LIQUIDIFICADOR DO FUTURO

O magnífico eletrodoméstico funciona "à muque", e você vai girando de acordo com a força necessária para cada preparo, ou seja, tem a opção de várias velocidades. Segundo o próprio Kiko, o aparelho, por exemplo, não destrói as sementes do maracujá, tornando as receitas muito mais naturais e integrais.

Outra solução para a gastança do mundo moderno, a Dé me apresentou por esses dias. Meninas, não corram à farmácia, porque a compra é só por encomenda. Trata-se do ECOabsorvente.


ABSORVENTE DO PASSADO

Além do desing avançado, a idéia se não lhe parece muito prática, é muito econômica. Custa R$ 22, 00, mas é reutilizável e você  poderá lavar quantas vezes conseguir. Se quiser levar na bolsa, não se esqueça de adquirir também o porta-absorvente feito de caixa de leite. Não é fantástico?

Bem, com tantas soluções pensadas para o futuro, acho que o que fica sustentável  é o namoro. E por esse torço mesmo! Debora e Kiko, obrigada pelas dicas e um grande beijo!!

sexta-feira, 5 de março de 2010

É aquele mesmo

Tenho tido medo...das águas, mas não só, da vida, que é só, mas que é só vida, aquela mesma, mesminha.
E tenho tido certezas, mas essas, eu sei, que não as tenho. Daí vem um amigo e diz: " Reza pra dar tudo certo e você ir até lá e cumprir sua tarefa." E também: "Estou torcendo por você!" ajuda, não mais, mas ajuda.
A gente vai lá e enfrenta e reza na hora exata, na hora errada e reza mais lá na hora e enfrenta.
E o medo, ele vai junto, e então a gente corre, tenta e chega primeiro.


Em verdade temos medo.
Nascemos escuro.
As existências são poucas:
Carteiro, ditador, soldado.
Nosso destino, incompleto.

E fomos educados para o medo.
Cheiramos flores de medo.
Vestimos panos de medo.
De medo, vermelhos rios
vadeamos.

Somos apenas uns homens
e a natureza traiu-nos.
Há as árvores, as fábricas,
Doenças galopantes, fomes.

Refugiamo-nos no amor,
este célebre sentimento,
e o amor faltou: chovia,
ventava, fazia frio em São Paulo.

Fazia frio em São Paulo...
Nevava.
O medo, com sua capa,
nos dissimula e nos berça.

Fiquei com medo de ti,
meu companheiro moreno,
De nós, de vós: e de tudo.
Estou com medo da honra.

Assim nos criam burgueses,
Nosso caminho: traçado.
Por que morrer em conjunto?
E se todos nós vivêssemos?

Vem, harmonia do medo,
vem, ó terror das estradas,
susto na noite, receio
de águas poluídas. Muletas
do homem só. Ajudai-nos,
lentos poderes do láudano.
Até a canção medrosa
se parte, se transe e cala-se.

Faremos casas de medo,
duros tijolos de medo,
medrosos caules, repuxos,
ruas só de medo e calma.

E com asas de prudência,
com resplendores covardes,
atingiremos o cimo
de nossa cauta subida.

O medo, com sua física,
tanto produz: carcereiros,
edifícios, escritores,
este poema; outras vidas.

Tenhamos o maior pavor,
Os mais velhos compreendem.
O medo cristalizou-os.
Estátuas sábias, adeus.

Adeus: vamos para a frente,
recuando de olhos acesos.
Nossos filhos tão felizes...
Fiéis herdeiros do medo,
eles povoam a cidade.

Depois da cidade, o mundo.
Depois do mundo, as estrelas,
dançando o baile do medo.

Carlos Drummond de Andrade



terça-feira, 2 de março de 2010

Eu li

O livro que merece o post é sobre o médium mais conhecido no Brasil, ou pelo menos entre os leigos. Uma biografia do Chico, o Xavier, escrita pelo jornalista não-espírita, Marcel Souto Maior.

Não fosse pelas frases entrecortadas pelo autor, o livro seria de ainda mais fácil leitura, mas fico pensando que não há mesmo outro jeito de contar uma história com tantas outras histórias contidas, se não dando pulos aqui e lá, para que o leitor tenha uma visão mais "completa" do que foi o biografado.

Estilos à parte, já que isso é muito pessoal e conta pouco, o mais interessante é o que pode ser contado. Se for pela via da psicanálise, que quase não me escapa, sua vida e fenômenos são explicados com alguma facilidade: o início das aparições depois da morte da mãe, que podiam ser como um aconchego à um menino que caiu nas mãos de uma madrasta sem nenhuma condição psíquica de criá-lo. Um pai bruto e ignorante, sem disposição de compreender um filho preocupado com as sutilezas da vida, poderia justificar seu encaminhamento pelo oposto, pelo belo, pelos livros e disponibilidade em lidar com as pessoas.

As alucinações seriam fenômenos elementares da psicose, e a tendência ao isolamento e a dificuldade em lidar com a sexualidade, explicariam uma vida solitária e sem nenhuma demonstração de amor que não fosse do tipo fraternal.

É claro que tudo isso merece também ser visto a partir das explicações da doutrina, no livro, bem colocadas sob a ótica de um jornalista. Todos esses "fenômenos" que constituíram a vida de Chico têm explicações físico/espirituais difíceis de serem contestadas. Vale a leitura para que o leigo, como eu, tire suas próprias conclusões.

Mas o que vale mesmo ser apontado, é capacidade de um homem, que teve muitas situações de reconhecimento e de poder que lhe era nomeado, ter permanecido firme em cultivar a humildade e certo de que esta posição o levaria ao melhor caminho. Dinheiro, fama, boas relações, nada disso o interessava e se, algumas poucas vezes, isso o chamava atenção como para um ser humano normal, rapidamente voltava atrás em seu "erro" e reconhecia que aquilo não o pertencia. Muitas vezes, com dificuldades econômicas mesmo para manter suas obras assistenciais ou com pessoas muito próximas gravemente doentes, rejeitou ajuda de todos os tipos, principalmente financeira, acreditando que a providência viria de outra parte, e vinha.

Finalmente, assistindo dias desses ao "making off" do filme que está sendo rodado sobre Chico, o diretor Daniel Filho declarou: "Sou ateu, mas acredito na veracidade de tudo o que Chico fez". Pois é, mas prefiro ainda acreditar na sua capacidade de ser humilde e ajudar as pessoas, isso sim, atitudes que merecem credibilidade e minimamente, ser copiadas. Vale o post, vale o livro, mais vale ainda pensar sobre isso.

domingo, 28 de fevereiro de 2010


Eu furo a dieta e tenho mania de escovar os dentes
Pinto as unhas de vermelho e leio menos livros do que gostaria
Rio de piadas sem graça só pra agradar
Roubo dois minutos na esteira (pra menos)
Finjo ser inteligente (pra menos), mas só de vez em quando
Tomo mais taças de prosecco que deveria, de vez em quando e de novo
Mas não era pra ser irracional, eu digo, o amor?

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Em cima da hora

Tento com todas as minhas forças não fazer deste blog um jornal pessoal, que coisa chata essa de ficar divulgando o que fez, como  a vida anda, a não ser de vez em quando e por metáforas, isso é mesmo meio besta! Já basta o twitter pra nos fazer de tontos.

Mas desta vez, de novo, não vou resistir. Mas é por um bom motivo, até informativo! Nasceu a Rafa, a Rafinha como já estamos chamando, a Rafaella como vão batizá-la. E estamos comemorando!!!!

Não preciso dizer que é fácil odiar essa cidade, principalmente quando nos faz ficar parada quase uma hora no trânsito a caminho da maternidade e a Rafinha quase lá. Aquela mulherada no carro, tias,  prima e avó,  todas desesperadas pra conhecer a nova menininha da família! E ela nos esperou pra nascer, mal chegamos ao hospital e lá estava ela, linda, moreninha, cabeluda, a cara do pai, só nos aguardando pra dar as caras ao mundo, à esta cidade maluca e à sua família, maluca e maravilhosa.

Rafa, querida, que bom que você chegou! E olha, vai crescendo que a gente te ajuda a enfrentar esse mundo que tá aí. Em breve acho que posto uma foto dela, não vou resistir, de novo!

domingo, 21 de fevereiro de 2010

É carnaval...adivinha, quem é você

Chegou de madrugada, a roupa entremeada de confetes, o corpo iluminado de purpurina. Nem bem era o carnaval que a embriagava, nem as latas de cerveja que tomou.

A sensação de entorpecimento vinha do calor, do suor, do resto de batida da bateria que ainda chegava aos ouvidos. Da roupa daquele tecido tão azul que não deixava o corpo respirar direito e por isso mesmo, grudava, mas só na parte de dentro.

A maquiagem meio borrada, mas ainda existia, os cílios maiores que o normal. Essa era a graça, de ser quem não é, de pertencer a um mundo que não era seu, o de todo dia, o do café pingado com leite, do caminho do trabalho, das conversas pensadas com as pessoas.

Antes daquilo, não sabia se tinha gosto por carnaval, mas depois daquele desfile, a escola era como seu time do coração e ela tinha mesmo muita vontade que eles ganhassem e que tudo isso não passasse. Por uma hora, não que fosse celebridade, pobre dela, mas sabia que fazia parte de algo importante, muito mais pra outros que pra ela, mas também para ela durante aquele tempo, antes, não podia imaginar quanto.

Da foto em que surgiu anônima tirada por um fotógrafo desconhecido, aparecia como "Integrante da escola". E assim se sentiu, pelo menos por algumas horas, e as flores, e as fitas coloridas. Era só carnaval e se perdeu um pouco de si mesma, pra se achar no dia seguinte, num link de internet, mas só porque era carnaval.

http://carnaval.uol.com.br/2010/album/14_perola_negra_album.jhtm?abrefoto=26



quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Sonho de uma noite de verão

Aluga-se
Para noites quentes de verão, prateleira ampla para uma pessoa, bom bairro, supermercado perto, descongelamento automático, open bar. Cobra-se adiantado.


sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Tem gente nova chegando

Eu sou muito família, não por escolha, mas também. Tenho uma família enorme, já era hora de falar deles aqui. Só nesta semana fui a seis aniversários e estamos na quinta-feira. Como isso é possível? Três pessoas comemoraram juntas no sábado, outra na terça e finalmente mais uma festinha hoje, quinta-feira.

Eles são muito festeiros, gostamos de festas. Mas o interessante hoje, e eu já sabia disso, foi notar a função de cada um nessas ocasiões. Tem um primo que é o puxador oficial dos parabéns, ele manda: " - E pro tio Tal nada! Tudo! Então comoéqueé? " A outra é a cortadora de bolos, já sabe quem quer pedaço fino, quem quer pedação, quem gosta da cereja...

Há os que chegam primeiro, os sempre atrasados e os que nunca vão embora. Tem as que levam as marmitinhas da comida da festa, mamãe é uma delas, e a prima que sai com um pedaço de bolo pro café da manhã do dia seguinte.

Temos poucas crianças, pra correr e roubar docinhos,  mas tem uma por chegar, a primeira bisneta, a primeira filha de todos os meus numerosos e queridos primos. É a Rafa, pra nós,  Rafaella pros ainda não tão íntimos. A cada  festa ela se mexe mais um pouquinho, vai se virando pra sair, achamos que ela quer nascer logo pra participar. E talvez venha no Carnaval e já nasça no meio da maior festa! Que função terá ela nessa família enorme? A da criança mais amada e querida de todos os tempos! Vem logo Rafa que já estamos pensando em seu batizado e seu primeiro aniversário,e a decoração e o bolo.....






domingo, 7 de fevereiro de 2010

Vale um presente

Existem presentes que você nunca esquece, seja porque foi dado por alguém especial, seja pela lembrança que traz de uma data, há muitos motivos para se recordar através de um presente.

Um deles, pode ser o presente mico e você nunca irá  esquecê-lo. Pode ser algo que não tinha nenhuma utilidade ou nada a ver com você, todo mundo sabia disso, menos a pessoa que o presenteou.

Quando fiz quinze anos, meu pai chegou em casa com uma caixa enorme, retangular. Eu olhei toda interessada, muito satisfeita pensando que seria a tão desejada TV que eu queria pra colocar em meu quarto. Corro afoita para abrir o pacote e surpresa: meu pai, que sempre adorou acampar, me presenteou com um super isopor, aliás, um não, três. Vinha um dentro do outro e de brinde, uma garrafa térmica pra suco. Tudo para camping!

Isso me faz lembrar de um outro presente, antes dos quinze, também dado pelo meu pai, desde sempre aficcionado por acampamentos. Desta vez era um pacote pontiagudo, eu era incapaz de imaginar o que fosse, não tinha a criatividade necessária. Receosa, abri. Uma vara de pescar. Meu pai desejava desde sempre me inciar na vida de escoteiro, pensei, no próximo ano, viria um uniforme camuflado.



Desta vez não foi meu querido pai, mas uma tia, também muito querida. Acabara de se mudar, mas tinha tudo para casa. Uma outra tia, sempre preocupada com a utilidade do presente, na primeira visita em sua nova casa, apareceu com uma escada. A pobre tia, a presenteada, agradeceu enquanto a outra abria a escada no meio da sala, demonstrando todas as qualidades daquele modelo.

Em outra ocasião esta mesma tia, pobrezinha, ganhou um medidor de glicose em seu aniversário. Muito útil, pode-se pensar, não fosse o fato de ela nunca sequer ter suspeitado de um diabetes. Todos os exames normais, ela guarda até hoje o souvenir.

E em breve, a lista continua. Afinal, não faltam aniversários, casamentos e como disse, datas especiais e presentes incríveis. Por que será que as pessoas têm tanta resistência em dar vale-presente?


Mais do mesmo

Essas não são minhas, fazem parte do repertório de uma colaboradora assídua deste blog, a Gi, minha amiga. Ela sempre tem boas histórias que tento transformar em texto. Aliás, a primeira história é verídica e aconteceu com a Tia da Gi. E assim, com diversas colaborações, as gafes continuam...

A moça estava sentada com suas amigas em um baile. No outro canto, junto aos amigos, estava um rapaz, bonito, interessante, que não parava de olhá-la. Ela tímida, algumas vezes retribuia, mas seria incapaz de falar com ele, imagina. Aos poucos, o rapaz se aproxima, ela pensa: " - Ai meu Deus ! " - era tudo o que queria, mas temia a aproximação. Ele estende a mão à ela. Ela diz: " - Desculpe, mas eu não danço. " Ele retruca: " Não, não, eu só vim me despedir. Já vou indo, tá tudo muito chato aqui!"

Levou o sobrinho em uma livraria, boa atitude essa do incentivo à leitura. Além do mais, era dia das crianças e pensou que aconteceriam diversas atividades interessantes no local. Viu uma mulher na seção infantil vestida (mesmo) como  uma princesa, com diversos acessórios e diz (bem alto): "Olha Fulaninho, a contadora de histórias, vai lá falar com ela." Quando responde a tal mulher: "Ah não...você se enganou,  só gosto de me vestir assim, pareço fantasiada, mas não trabalho aqui."

Ai que vergonha, tudo isso é mesmo muito constrangedor, mas insisto, quem nunca cometeu uma, que atire a primeira pedra.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Gafes II

Outro dia fiz um post sobre gafes, mas apaguei, pensando que a maior gafe fui eu quem cometi. Gerei comentários constangedores, pessoas foram difamadas neste blog, então, excluí.

Mas existem situações que precisam ser contadas, portanto, vou reeditar o post, com histórias velhas e novas, sem gerar polêmica desta vez! Ou só um pouquinho, pra não desacostumar.

Você tem um primeiro encontro, sai com um cara que achou bacana, conversa vai, conversa vem, cada um pra sua casinha. Na manhã seguinte, uma ligação não atendida em seu celular.
Primeiro, quer se matar, por ser tão burra de deixar o celular no fundo da bolsa e não escutar o telefone. Você dá um tempo e liga:
" - Oi, tudo bem? Dormiu bem? Você me ligou? (com a voz mais meiga que conseguiu pela manhã)."
" - Eu? Não...deixa eu ver....Ah! Foi meu celular que ligou sozinho, ele sempre faz isso!"
" - Ah....sei, ah tá! Então tá bom....Mas tá tudo bem? Bom....então....ah.....a gente se fala... ( e desliga com a voz menos deconcertada que conseguiu naquela manhã)."

Convidou uma menina pra jantar e disse que fazia questão de pagar. Estavam no exterior, escolhe um vinho, entrada e prato principal. Noite linda, a praça é linda, iluminada, neva lá fora.
Chega a conta e ele se dá conta que não tem dinheiro suficiente e o pior, esqueceu o cartão de crédito em casa. Ela vai ter que pagar, mas não trouxe dinheiro, foi convidada.
Deixam o celular (o dela, modelo melhor) no restaurante e voltarão depois pra pegar, pelo menos os pratos não terão que lavar...
No exterior, sem carro, chegam ao metrô, fechado! Não têm dinheiro para o táxi, o negócio é esperar o ônibus. A linda neve que caia lá fora no jantar, continua caindo e desta vez, em cima deles.
A casa mais perto é a dela, pra agilizar e recuperar o celular, ela sugere irem até sua casa, ela pagaria, não haveria problema. Ele aceita.
Ela entra, pega o dinheiro, ele aguarda lá fora. Eles pagam, recuperam o celular, vão e voltam de táxi. Despedem-se. Você viu esse cara por aí? Ela, nunca mais!

Isso é muito constrangedor, mas quem nunca cometeu a sua, que atire a primeira pedra. Comente sua gafe!