segunda-feira, 26 de julho de 2010

Oxigênio para a semana

E eu que pensei que os finais de semana eram para descansar. Tinha uma idéia de pausa e de bexiga cheia que fura e sai o ar.
Parecia uma lacuna, um espaço vazio no meio de tantas atividades da semana, às vezes cinza e sem graça, outras ensolarado e meio com graça, mas mesmo assim sem graça ainda.
Descubro e me surpreendo. Os finais de semana são para preencher, para inventar recheio que sirva para mais uma semana, essa que repete, que não sai do ar. Ela sim, dá pausa sem saber, pretende se fazer no espaço, entre um final de semana e outro.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Meia volta vou ver

Dei meia volta no shopping esse final de semana pra olhar. Olhei pra baixo, pra cima, olhei pros lados. Olhei de um lado, de outro, mais prum lado só.
Meu negócio não é com o olhar, é com a escuta. E dá pra escutar sem olhar. Mas dá pra olhar sem escutar?
Nessa meia volta em meia hora, fui na loja das meninas, da Milla e da Adriana, as donas da "Casinha Pequenina". Eu, gigante que sou na altura mesmo, mas nada na sabedoria, fiquei pequena também, que bom. Senti vontande de diminuir para saber, de brincar de casinha, de ser boneca e me sentir boneca.
Queria uma casinha de brinquedo, com cadeirinhas, bulinhos e personagens, pra inventar, pequenina como a delas, mas não aquela, a minha.
Na minha eu colocaria um vaso de rosas vermelhas pra enfeitar e pra olhar. Só para olhar  lembranças e  o que senti.


Ps: A "Casinha Pequenina" (loja de miniatura das meninas) fica no Shopping Eldorado, piso abaixo do térreo que não sei o nome. Vale muito a visita.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Medir é humano

Se é humano tem mania de medida. Mede tudo. Com fita, com polegada, com o olho.
Eu gosto de medir com o tempo, mas aí fica tão longe. Media as mudanças por carnavais, a primeira no carnaval de 2004, a volta, no fevereiro de 2007. Veio a festa junina de 2008 e acabou com o carnaval. Lembro do  carnaval de 2009, normal e o de 2010, mais normal ainda. Parecia que ia esperar outra festa de reis, mas não precisou, antecipou, outro tempo, desmediu, veio antes.
A chegada, desta vez, do outono, das folhas que caem sem fazer alarde. E passo a medir por cheiro, de vinho do inverno, de cama sem fazer, de cabelo mal lavado.
Se for medir por quilômetro é cheiro de mato, de terra, de chuva no caminho, de chuva como hoje, de creme pelo corpo, de piscina e de rio.
Dá pra medir por trecho, como um conto, mas eu prefiro uma narrativa, que mede o que foi percorrido. E se eu meço é como os taxímetros, que começam a medir sem fim para chegar.

Inspirado nos poemas de Manoel de Barros.