segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Julie, Julia & eu

Eu li o livro e agora vi o filme. Ótimo para um final de domingo em que se  quer apenas diversão, não fosse por eu começar a pensar em absolutamente tudo, ou quase, que me provoca algum interesse.

O livro/filme é baseado em duas histórias reais que se cruzam pela paixão. A diferença é que a paixão de Julie é pela culinária e a de Julia, pela vida.

Julie  é uma mulher perto dos 30 anos em crise (nada de novo), com um casamento bacana, mas que passa por momentos difíceis (tudo normal até aqui). Infeliz no plano profissional, pensa num projeto que fosse capaz de lhe dar um motivo para continuar levantando cedo e pegando o metrô lotado,  que a levaria à uma repartição pública em que passa o dia atendendo reclamações ao telefone. Já que gosta de cozinhar, baseia-se no livro "Mastering the Art of French Cooking" de Julia Child, se propõe a fazer 524 receitas em 365 dias e registrar tudo em um blog.

Julia é apenas a mulher de Paul, funcionário da embaixada americana, que procura uma ocupação entre as várias mudanças que é obrigada a fazer por razão do trabalho do marido. Já que o que mais gosta na vida é de comer, começa a cozinhar. Morando em Paris, estuda na "Cordon Blue", passa a conhecer os melhores ingredientes e acaba tendo  um sucesso que é transformado num livro.

Mas a Julia contada por Julie e vivida por Maryl Streep (o que faz toda a diferença), é alguém que poderia dar certo em tudo o que quisesse. Bastaria  aplicar em algo  a mesma dedicação, perfeccionismo e vontade de acertar que tinha pela culínária, pelo casamento ou  por sua irmã e amigos.

Acho que foi essa Julia imaginada por Julie, que a fez descobrir coisas importantes, deu crédito à alguém que pensava-se incapaz de ir com um projeto até o final e possibilitou que tomasse um outro rumo.

Um aviso importante: assistir à esse filme dá muita fome. Mas não uma fome qualquer, só das melhores coisas da vida, como cerejas frescas. Et bon appétit!


sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Noite em pânico

Eu já disse, não aqui, que tenho sonhado com coisas bizarras. Mas vocês constatarão e poderão concordar comigo, dois pesadelos destes, em noites seguidas, merecem uma visita ao psiquiatra.

Confiram e se puderem, não se assustem. Não digam que não avisei.

Noite em pânico 1




Noite em pânico 2






terça-feira, 24 de novembro de 2009

Mostre suas garras

Entre as muitas compulsões que tenho ou já tive: por comida, por bebida, por remédio pra emagrecer, por esporte (essa durou pouco!) e por vestidos, agora dei pra comprar esmaltes de unha. Fico até satisfeita, porque essa me parece a menos grave de todas. 

Já comprei o vermelho "Doce orgulho", mas perdi o vidro desse. O "Santa Gula", não passei mais porque fico roendo as unhas. Tem um que eu passo sempre, o "Preguicinha". O "Inveja boa"... ah tá, haha!

Dos rosas, tem o "Rosa Chiclete", é melhor não contar pra homem nenhum que passou. O "Toque de ira", estou tentando me controlar pra não passar. E,  finalmente, minhas duas últimas compras, o "Noite quente" e "Atrevida", vou passar um no pé e outro na mão.

Se essas unhas tivessem legenda!


segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Je suis la jeune fille aux cheveux blondes

Camille é "La jeune fille aux cheveux blancs" e eu também, embora não tenha coragem de revelar algumas vezes. Por isso viro "blonde", acho que me cai melhor.
Como ela, eu queria marcas superficiais, doem menos e desaparecem rapidamente.

La Jeune Fille Aux Cheveux Blancs

Je suis à l'age où l'on ne dort nulle part
Les seuls lits dont je rêve sont des quais de gare
J'ai loué un placard pour mes robes d'hiver
J'ai tué les parents


Oh je veux partir sur la seule route où il y a du vent
Je suis la jeune fille aux cheveux blancs

Mon amoureux dit qu’il ne me connaît pas
Il vit loin de tout, il vit trop loin de moi
Sur le plus haut volcan où l’amour est éteint
Il reviendra demain

Oh je veux partir sur la seule route où il y a du vent
Je suis la jeune fille aux cheveux blancs

Camille






quarta-feira, 18 de novembro de 2009

terça-feira, 17 de novembro de 2009

De creme ou mista?

Há poucos dias, tive uma das piores sensações da minha vida em uma fila do sorvete do Mc`Donalds. Eu era a primeira de dez pessoas e a garçonete preferiu tirar o pedido de todos antes de servir, ou seja, formou-se uma enorme fila à espera da tal casquinha.

Mas o mal-estar não foi por causa da espera, antes isso,  porque passaria tão logo eu tivesse o sorvetinho em minhas mãos.

Enquanto aguardava, fui notando que o pedido das pessoas se repetia: casquinha mista para o primeiro, mista para a segunda mocinha da fila, sabor misto para o menino de uniforme do colégio ali perto........dez casquinhas mistas! E o meu? Casquinha de creme......

O pensamento recorrente que tinha a cada nova comanda era de que eu  perdia uma das melhores coisas da vida, algo que só eu desconhecia. Sabe quando se tem a impressão de estar na festa errada? 

Na hora de me servir, uma última chance,  ela pergunta se quero uma casquinha mista. Não declino, peço firme a de creme, afinal, que tipo de mulher sem opinião sou eu?

Hoje, na compra de uma nova casquinha: " Só tem de creme, pode ser? " É claro que pode, já que falta de opção, às vezes, é sinônimo de muita felicidade. Mas isso eu não contei à ela.



segunda-feira, 16 de novembro de 2009

sábado, 7 de novembro de 2009

O que provoca o calor

Esse calor e não só ele, me fez pensar em duas cenas que me provocaram um certo sentimento de pena.

A primeira aconteceu sexta-feira. Ao sair da clínica, pelas calçadas do bairro, encontro um cara vestido de dente!!! Isso mesmo, encontrei um dente andante em plena luz do dia, ao sair do trabalho. O pobre homem estava servindo de propaganda para uma clínica dentária lá perto. Vestido de pelúcia, fazia quase quarenta graus! Que dó....

Lembrei-me então de outra cena, de Sex and the City (again), em que Miranda se interessa por um hambúrguer ambulante, desses que só existem nos Estados Unidos. Todos os dias em seu caminho,  ela encontra o simpático sanduíche de carne, queijo e pão com gergelim e fantasia como deve ser o o seu "recheio".

Um belo dia, já apaixonada, pede para que o homem tire a fantasia e descobre que o hambúrguer é meio insosso, bem diferente do que pintava a propaganda, ou melhor, do que ela queria imaginar. Pobre Miranda! 

Só me resta torcer para que o "dente" não fique muitos dias às voltas pelo meu quarteirão. Que risco.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Um homem que poderia ser qualquer

Concordo com o Serginho quando ele irritantemente diz que a mostra de cinema tem muitas coisas insuportáveis. Encontra-se muitos conhecidos, tem um ar de "eu sou cult" e tá cheio de gente que quer parecer mais inteligente porque está vendo este tipo de filme. 

Uma coisa é legítima, se está ali, num horário e local improváveis (por exemplo, seis da tarde de uma sexta-feira no Shopping Cidade Jardim), arriscando-se a ver um filme de uma produção franco-belga-kajaquistanense, é porque se gosta de cinema. 

E felizmente, pode-se ter boas surpresas. É o caso de "Um homem qualquer" do diretor Caio Vecchio. É um filme sensível,  que conta a história de um homem de mais ou menos trinta anos, indefinido na vida, que passa a viver um grande amor com Lia, uma estudante de teatro e um mendigo ex-psiquiatra, a quem escolhe fazer perguntas sobre suas dúvidas existenciais.

Claro que o caso de amor carnal é com Lia, mas a relação que ele traça com esse ex-psiquiatra é das mais verdadeiras, tratam-se de questões que falam em nome próprio e é daí que parte sua busca para tentar alcançar quem é.

No final, um equívoco (a cena que me fez chorar): Quem disse que pra descobrir coisas sobre si próprio é preciso ficar sozinho? Só podia ser coisa de homem!