domingo, 20 de setembro de 2009

Freud e o feminino

Há 70 anos da morte daquele que descobriu o inconsciente e com isso revelou que a maioria de nossos atos, se não todos, estão sujeitos a um desejo que não controlamos, resolvi postar uma passagem interessante de Freud que está num livro que me foi indicado por um amigo.

É psicanálise pura, mas não foge ao tema recorrente e tenho percebido, central deste blog, a mulher, o feminino. Afinal, como nos disse Lacan, Freud passou a vida tentando responder a seguinte questão: “ O que quer uma mulher”? - era um gênio, mas era homem.

Abaixo o trecho que está em um livro, para leigos, que aborda a psicanálise do ponto de vista de uma jornalista. Daí mesmo o que o torna mais interessante:

“O amor sexual é, sem dúvida, uma das principais coisas da vida, e a união da satisfação psíquica e corporal no gozo do amor é um de seus pontos culminantes. À parte alguns poucos fanáticos bizarros, o mundo inteiro está ciente desse fato e conduz sua vida em consonância com ele; só a ciência é delicada demais para admiti-lo. Além disso, quando uma mulher demanda amor, rejeitá-la e recusar-se é um papel desolador para um homem desempenhar....

Não são os desejos francamente sensuais da paciente que constituem a tentação. Estes tem maior probabilidade de ser repelidos e requerem toda a tolerância do médico, para que ele possa encará-los como um fenômeno natural. São antes, talvez, os desejos mais sutis de uma mulher, inibidos em seus objetivos, que trazem em si o risco de fazer o homem esquecer sua técnica e sua tarefa médica, em nome de uma experiência agradável”.

(Trecho de Freud que está no livro “Psicanálise: a profissão impossível – uma investigação jornalística sobre o ofício do psicanalista”, de Janet Malcolm).


Nenhum comentário:

Postar um comentário