terça-feira, 15 de setembro de 2009

E a fila? Anda?

Que paulistano gosta de fila todo mundo sabe. Que paulistano reclama de fila todo mundo sabe. Então, neste domingo resolvi experimentar essas duas máximas paulistanas indo à restaurantweek , pra quem nunca ouviu falar, uma espécie de “liquidação” feita pelos restôs, que oferecem oportunidade de comer bem por um preço razoável durante pouco mais de uma semana em São Paulo.
Marcamos eu e mais duas amigas, num restaurante nos Jardins em que não teríamos a menor condição de tomar nem uma água com gás em dias convencionais.
A cena: Cheguei e elas estavam na fila, a saber, a fila 1. Fila obrigatória da direita para passar para a fila 2, a da esquerda, essa já intermediária, que daria acesso à fila 3. Nesta terceira, você (que vantagem!) esperaria sentado, no bar, há algumas poucas horas do tão esperado momento de sentar à mesa e degustar o menu pré-escolhido pelo próprio restaurante, mas que mesmo assim valeria a pena por ser muito barato.
Isso tudo nos foi informado por uma simpática e gentil senhora, funcionária do restaurante, imagino, que tentava organizar as três filas e pedia paciência e sorriso no rosto para os futuros comensais. Uma fila, ok! Mas três e com fome? Não dá pra sorrir... dá pra esperar de cara feia.
E ela continua dizendo que alguns reais da conta paga serão doados ao Ação Criança. - Ação Criança? – pergunta uma. – Claro! Você não sabia? – respondemos as outras duas com cara de espanto e fome para a terceira que não sabia que esta era uma ação “quase” beneficente, ou seja, passa-se bem, mas por uma boa causa.
Meia hora depois, ainda na fila 1, resolvemos partir para outro restaurante, afinal, vários da região participavam da mesma ação. Há duas quadras encontramos outro com algumas poucas pessoas na porta. – Oba, sem fila! – comentamos. Engano, a fila, de uma hora e meia, segundo o cara da entrada, era no pátio interno.
Bem, vamos para outro bairro, Higienópolis, em Higienópolis não vai ter fila...Mas com aquele bando de judeu querendo desconto em tudo? - fala a outra.
Pegamos o carro e mais quinze minutos, Higienópolis! Brasserie do Monsieur Fulano de tal. Desta vez, ninguém na porta, que alívio após uma hora atrás de um restaurante. - Vocês tem espera? – nós, esperançosas. – Quarenta minutos senhoritas! – o cara da porta com um sorriso de quem já devia ter comido um prato de arroz com feijão ao meio dia. A fila era no bar. Melhor esperar, concordamos, já sem forças pra pegar novamente o carro e procurar outro lugar.
Duas horas depois, contabilizando idas, vindas e filas, sentamos para a refeição em quase estado de alucinação. E aí que.....o restaurante era francês, tipicamente francês, com suas parcas porções. Comemos tudo e não repetimos, porque não podia, e pagamos uma conta não tão barata assim por causa das bebidas e do couvert. Ok, Ação criança, ok.
Conclusão e óbvia: bom mesmo é ter dinheiro ou fazer como americano e chamar o delivery, não importa O QUE vai comer, mas QUE vai comer!

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